SinopseApologia de Sócrates
“Enquanto Xenofonte se dedica a mostrar a piedade tradicional de Sócrates, manifestando seu respeito pelos rituais e sua atenção aos sinais divinos, Platão apresenta uma nova concepção de piedade, baseada não apenas na observância exterior, mas na busca pela verdade. O seu Sócrates procura ser fiel ao deus de Delfos, Apolo, buscando refutá-lo após seu amigo Querefonte ter consultado o oráculo e recebido como resposta que não havia homem mais sábio do que ele.
Xenofonte quer mostrar que Sócrates era um cidadão respeitável, injustamente condenado; Platão aproveita o momento dramático de seu julgamento para revelar a verdadeira natureza da filosofia. Com efeito, nos textos socráticos de Xenofonte, encontramos um Sócrates menos profundo filosoficamente, mas exemplar em seu modo de vida virtuoso, marcado pela justiça, o autodomínio e a autossuficiência. Por outro lado, nos diálogos de Platão, o filósofo emerge como um personagem complexo, que se transforma a cada texto, mas que tem sempre como objetivo a investigação dialética da verdade. Em ambos os autores, no entanto, percebemos a centralidade da descoberta da alma como centro da vida moral e intelectual.
É neste ponto, pois, que a revolução socrática se completa: é nos textos de seus discípulos que, de maneira clara, a alma deixa de ser um mero princípio vital para se tornar aquilo que hoje chamaríamos de interioridade. O imperativo socrático do cuidado da alma inaugura, assim, uma nova compreensão do que significa ser humano”.
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